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CIRURGIA BARIÁTRICA: O depoimento de uma mãe sobre o processo de reconstrução da sua autoestima.

Foto do escritor: Profissional FrissonProfissional Frisson

Meu nome é Lúdna Maria dos Santos Barbosa, tenho 31 anos, sou mãe e professora. Há 3 anos eu recuperei o amor e auto cuidado por mim. Lutei por 11 anos contra a balança, tentei por diversas vezes da forma correta ou mesmo através de dietas loucas. Nesse período fui perdendo minha essência, meu brilho pelas diversas vezes que tentei e falhei.


Deixei de acreditar no meu potencial, acreditei que deveria aceitar e me contentar com o que eu tinha... com quem eu era. Durante esse espaço de tempo, fui mãe da Maria Cecília (9 anos) e do Henrique (6 anos), minhas maiores realizações, meu orgulho e meu tesouro. 


Sofri com as mudanças do corpo. Sofria com os padrões que a sociedade exige de nós mulheres. Trabalhar, ser ótima mãe, esposa, cuidar da casa, do corpo, da alimentação e ainda ter disposição e libido. 


A conta não fechava, tentava ser forte, por vezes pensava “o importante é ter saúde...meus exames estão ótimos”. Mas por vezes me via cansada, desanimada, frustrada por não conseguir dar 100% de mim para minha família e amigos. Era cruel comigo mesma, me martirizava pela falta de constância e disciplina.


No auge do cansaço e esgotamento mental conheci pessoas que passaram pela bariátrica.


Busquei informações, testemunhos e por 2 anos me preparei para poder realizar a cirurgia que exige de nós uma conscientização e mudança de hábitos e atitudes. 


Inicialmente foi difícil convencer família e amigos que a cirurgia era a melhor opção para mim. 


Ouvi as pessoas me falarem que era só questão de fechar a boca. Mas estava decidida, não estou aqui para romantizar a bariátrica. Ela é uma opção séria que deve ser estudada e pensada com muita calma, e deve ser acompanhada por uma equipe médica que dará todo o direcionamento e fará total diferença no alcance de seus resultados.


Eu me preparei muito, estudei o que esperar, quais complicações possíveis, como deveria viver após a cirurgia, quais suplementações importantes... após ter tudo isso em minha mente e em meu coração realizei a cirurgia.


Fui muito feliz no meu pós-operatório, após 1 mês de cirurgia entrei na academia e alinhei minha alimentação com uma nutricionista. Me dediquei ao máximo ao meu objetivo.


Na minha cabeça, somente quando eu emagrecesse, eu seria feliz!
Que ilusão! Quando percebi que nada adiantaria ter o corpo dos meus sonhos se eu não mudasse a minha mente e a forma como eu me relacionava com a comida e a minha autovalorização, a ficha caiu.

 

Comecei a me olhar com mais amor, respeito e aí o processo começou a ter realmente um significado para mim. Junto com o peso eliminado, foi embora o meu olhar julgador, impiedoso sobre mim e sobre coisas que fugiam do meu controle. Percebi o quão incrível eu era por lutar tanto por mim, por superar todas as adversidades e por nunca desistir.

 

Me dei conta que não seria o emagrecimento que me faria feliz, mas sim recuperar a minha essência, o meu brilho, o amor e o orgulho pela mulher que me tornei.

 No final, a parte estética foi só um bônus a mais, porque o verdadeiro prêmio foi me reencontrar, estar bem para cuidar daqueles que amo e fazer o meu trabalho da melhor forma que eu conseguiria. Hoje consigo ver como estar bem influenciou na minha entrega e dedicação com todos ao meu redor e principalmente com meus filhos.

Ver que eles são influenciados por meus bons hábitos alimentares e pelas atividades físicas que me veem praticando.

 

A maternidade ficou mais leve, porque eu entendi que eu não preciso dar conta de tudo, que eu posso contar com minha rede de apoio e que se hoje eu falhei, amanhã será um novo dia, com novas oportunidades e um novo recomeço.


Continuo tendo problemas, a vida não ficou mais fácil, mas foi o meu olhar que mudou e hoje eu acredito que estando bem com quem eu sou, posso vencer e encarar os obstáculos que surgirem ao longo da minha vida, porque desistir nunca foi uma opção.

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